FORMAÇÃO E PREPARAÇÃO DE EQUIPES

14-06-2010 08:47

Primeiro é convidado um treinador para formar a equipe.

Depois são realizadas as fases de definição de objetivos e de recrutamento de jogadores, até as decisões na liderança de uma equipe ao longo de uma época desportiva.

A razão disto é conseguir alcançar, com o grupo de jogadores à disposição, o rendimento desportivo pretendido. Isso significa que o treinador necessita melhorar em cada jogador  as suas capacidades e deve também responsabilizá-los na sua preparação e no trabalho que desenvolvem dentro da equipe, e motivá-los constantemente para se superarem.

O rendimento desportivo é a preocupação central de treinadores e jogadores. Isto exige lutas e sacrifícios. As dificuldades são sentidas sempre que são sistematizadas metodologias que podem oferecer a vitória. Parece que muitas vezes descobrimos a melhor forma, o caminho certo, mas logo acontecem obstáculos que levam para a realidade das derrotas e dos insucessos. E isto é natural. Quando atingimos os objetivos festejamos e somos sucedidos e quando não o conseguimos lamentamos.

A situação desportiva é diversificada e está em constante transformação no decorrer do trabalho do treinador com sua equipe. Não é possível abranger tudo o que diz respeito ao rendimento desportivo e saber como alcançar o sucesso em um número certo de sessões de treino.

Para subir os níveis de confiança nos jogadores e treinador é preciso estabelecer regras de orientação na vida coletiva da equipe, nos modelos de jogador e da equipe e nos objetivos a serem atingidos.

Não se deve acreditar em vitórias certas e desconfiar de quem as promete. O milagre só acontecerá quando os jogadores se motivarem e se responsabilizarem voltando-se aos objetivos e interesses comuns. Assim o sucesso e o rendimento desportivo atingirão o nível desejado.

Se a metodologia seguida pelo treinador não for acompanhada pela vontade de superação dos atletas não haverá progresso. É fundamental que a preparação seja desenvolvida a longo prazo através de uma planejamento que deve ser respeitado, o que pressupõe que estejam reunidas as condições: responsabilidade, participação e preparação dos atletas, bem como, uma indispensável  cooperação entre família, escola, clube, etc.

A abordagem da competição desportiva , tem num extremo, competir é vencer a todo custo, sem olhar os meios e noutro , a competição é nociva. Em nenhum dos dois extremos existe a razão. Ambos confundem a natureza e as vantagens contidas numa competição. Sem competição não há progresso nem desenvolvimento. A competição nos solicita a superação. Sem oposição e confronto não há competição. O importante é  atletas e treinadores competirem superando-se e vencendo. Sem medo de errar e retirando das derrotas os ensinamentos adequados.

No processo de preparação que conduz equipes e jogadores ao rendimento desportivo , o treinador desenvolve ação fundamental dando confiança e apoio sempre que os atletas necessitem. Convêm registrar que para atingir esse estado não é só a inteligência motora e a capacidade condicional que têm que ser consideradas, mas também a inteligência emocional. Quando se atinge esse estado, os atletas compreendem e aceitam o sentido e os objetivos de cada treino, e originam a rotina das constantes repetições sujeitando-se à preparação do treinador e sentem-se competentes e competitivos ultrapassando as contrariedades e obstáculos. Envolvem-se nas tarefas e perseguem os objetivos propostos.

Ao contrário do que muitos pensam, não basta ter talento. Tem que haver um compromisso entre o trabalho a longo prazo e a estabilidade emocional, para permitir suportar um sem número de horas de treino. A vontade de melhorar e de ser competente é uma variável que condiciona o rendimento. Os grandes atletas analisam e controlam melhor as emoções e conseguem enfrentar os momentos difíceis.

“O treinador deve atribuir enorme importância ao recrutamento de sua equipe, pois a constituição inicial de sua equipe deve possuir alternativas diversificadas que a época lhe exige. Lesões, quebras de rendimento dos jogadores mais utilizados, a necessidade de provocar nos jogadores mais “acomodados” pressão retirando-lhes confiança e sentando-os no “banco de suplentes”, etc. constituem exemplos da necessidade do treinador atribuir grande importância ao recrutamento.

A atitude do atleta face ao treino e à competição é também fator a considerar na escolha de jogadores. Os mais fortes psicologicamente, mesmo nas suas quebras de rendimento ao longo da época, são sempre úteis a equipe e aos interesses coletivos. Os que não apresentam estes requisitos, “ aparecem e desaparecem” no decorrer da época com a agravante de quase sempre “desaparecerem” quando a equipe mais precisa deles.

Gerir o sucesso é a maior dificuldade para treinadores e jogadores. Na derrota funcionam todos os “alarmes”. Na vitória temos de estar atentos. Perdendo ou ganhando são os treinadores e jogadores que devem manter a capacidade de reação aos estímulos e à ambição necessária para ir mais longe. Superação, superação sempre como palavra de ordem.

É importante tomar decisões em determinadas circunstâncias da vida das equipes. É preciso mudar algo para que o estímulo funcione e a reação tenha efeito. Tem o treinador de ser firme e esclarecido mediante a situação da equipe. Deve o treinador estar atento e antecipar decisões face ao futuro para que possa refrear as “doenças” antes delas surgirem.

O treinador nunca deve esquecer a permanente observação seletiva na reação individual e coletiva dos jogadores que estão sob a sua responsabilidade. Essa informação é imprescindível para melhor as aptidões diariamente.” (Prof. Jorge Miguez Araújo)

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