Capacitação Motora - Parte 1

27-09-2010 11:30

 

A expressão capacidades motoras foi utilizada pela primeira vez por Grundlach na RDA em 1972. Desde essa data tem vindo a ser introduzida progressivamente na terminologia da Ciência do Desporto da maior parte dos países da Europa para definir os pressupostos necessários para a execução e aprendizagem de acções motoras desportivas, das mais simples às mais complexas.

 

Substitui outras expressões até então utilizadas, nomeadamente a expressão qualidades físicas, por ser do ponto de vista terminológico mais correcta e precisa.

 

Na realidade o termo «qualidade» indica já um valor elevado em qualquer âmbito do rendimento e é usado com mais propriedade para o âmbito psíquico. Assim, em desporto, parece mais apropriado usar o termo «capacidade», que indica uma medida de potencial e que por isso é de valor amplamente modelável ou treinável.

 

Além disso, «capacidades» são pressupostos para que uma qualquer actividade possa ser executada com êxito. Logo, para que uma qualquer actividade motora desportiva possa ser executada com êxito, teremos forçosamente de pressupor a existência de um certo número de capacidades. O termo «físico», bastante genérico, é substituído pelo termo «motor» por forma a ampliar o grupo das capacidades a todas as que dizem respeito ao movimento.

 

Ora, se para que qualquer actividade motora desportiva possa ser executada com êxito necessitamos das capacidades motoras e se a maior parte das modalidades desportivas pressupõem um encadeamento de várias acções motoras, lógico é concluir que o desenvolvimento das diferentes capacidades motoras.

 

Neste contexto, o condutor do processo pedagógico do treino, que tem como principal tarefa tentar desenvolver o rendimento desportivo dos atletas que lhe estão confiados, deve necessariamente saber, por um lado, quais são as capacidades motoras e delas as que mais influenciam o rendimento da sua modalidade; e por outro lado, quando, como e com que meios as devem desenvolver, no sentido de optimizar o rendimento desportivo e assim alcançar os objectivos que previamente traçou.

 

É com o intuito de dar a conhecer aos condutores do processo pedagógico do treino as capacidades motoras e algumas formas de as desenvolver e aperfeiçoar, que elaboramos este trabalho.


2 - O QUE SÃO E QUAIS SÃO AS CAPACIDADES MOTORAS DESPORTIVAS

 

 

Já vimos que não é possível executar qualquer acção motora desportiva se não existirem um certo número de capacidades.

 

Capacidades motoras desportivas são pois pressupostos do rendimento para a aprendizagem e realização das acções motoras desportivas. Baseiam-se em predisposições genéticas e desenvolvem-se através do treino. Não são qualidades do movimento, mas sim pressupostos para que ele exista.

 

Podemos dividir as capacidades motoras desportivas em dois âmbitos:

 

- Condicionais (âmbito quantitativo)

- Coordenativas (âmbito qualitativo).

 

As capacidades motoras condicionais são essencialmente determinadas pelos processos que conduzem à obtenção e transformação da energia, isto é, nelas predominam os processos metabólicos nos músculos e sistemas orgânicos.

 

As capacidades motoras coordenativas são por sua vez essencialmente determinadas pelas componentes onde predominam os processos de condução do sistema nervoso central. Alguns autores consideram que algumas capacidades (a velocidade, por exemplo) dependem igualmente dos dois âmbitos, pelo que as classificam de coordenativo-condicionais.

 

No entanto nós vamos ter em conta exclusivamente os dois âmbitos atrás citados, pelo que consideraremos capacidades condicionais a resistência, a força, a velocidade e a flexibilidade; e capacidade de diferenciação sensorial, a capacidade de observação, a capacidade de antecipação, a capacidade de ritmo, a capacidade de coordenação motora, a capacidade de controlo motor, a capacidade de reacção motora e a capacidade de expressão motora (servimo-nos da classificação das capacidades coordenativas proposta por Pöhlmann por nos parecer a maios completa).

 

3- Caracterização das Capacidades Motoras

 

3.1-Capacidades Condicionais

 

3.2-Resistência

 

resistência aeróbia - capacidade que está associada ás “performances” prolongadas no tempo, de baixa ou média intensidade. Pressupõe um equilíbrio entre o oxigénio que está a ser necessário para o trabalho muscular e o que está a ser transportado na circulação até ao tecido muscular.

 

Metabolismo:

 

- lipídico

- glicose aeróbia

 

resistência anaeróbia (aláctica e láctica) - capacidade de realizar esforços de elevada intensidade em curtos espaços de tempo.

 

Metabolismo:

 

- Fosfocreatina

- glicogênio

 

3.2.1.- Treino da resistência com crianças e jovens:

 

A capacidade condicional resistência pressupõe um complexo de fenómenos biológicos e fisiológicos e portanto deve ser analisada sob os seguintes aspectos:

 

a) Composição da musculatura esquelética

b) Sistema cardio-circulatório

c) Metabolismo energético

 

Quadro 1- Relação capacidade/escalão etário

 

Objectivos: Desenvolver a Força Resistente

Descrição: Treino em circuito por estações

2 atletas em cada estação

1-  Abdominais
2- Dorsais
3- Saltos a pés juntos por cima de uma bola
4- Subir e descer a cabeça de um plinto
5- Saltos com corda
6- Sprint 5m ida e volta
7- Saltos do centro de um quadrado para todos os seus lados (2 séries com 30’’ de exercício e 30’’ de recuperação.

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