O EMOCIONAL É DECISIVO

04-07-2010 09:05

A preparação psicológica supera a física e a técnica em momentos decisivos. Um jogador que em um ano é escolhido o melhor jogador do mundo. Pode no ano seguinte, ficar marcado por uma cena que não mostra habilidade ou intimidade com a bola. Ou mesmo pode errar em uma cobrança na disputa de penalidades de uma decisão. Mas o que leva atletas de grande qualidade técnica a cometer falhas como essa?

Segundo um estudo realizado pela Universidade de Groningen (Holanda), a razão é predominantemente psicológica. Um grupo de pesquisadores liderado por Geir Jordet, psicólogo da área de esportes, acompanhou 41 jogos decididos em disputas de penalidades em Copas do Mundo, campeonatos europeus e sul-americanos, num período entre 1976 e 2004.

No estudo, os pesquisadores consideraram o status do jogador, seu nível de cansaço (quantos minutos haviam jogado antes dos pênaltis e nos dias anteriores à partida em questão) e a importância do chute. Esse último componente foi identificado como o ponto decisivo para o êxito ou o fracasso nos chutes.

“Os jogadores se preparam física e tecnicamente, mas muitas vezes deixam de lado o psicológico. E um lance como esse envolve grande pressão. Se o emocional não suportar o momento, o atleta nunca conseguirá mostrar sua qualidade nos outros fundamentos", explicou Jordet.

Em decisões por pênaltis, cada time tem direito a cinco cobranças. Na primeira delas, quando a pressão ainda é relativamente baixa, os estudiosos apontaram um índice de acerto de 87%. A porcentagem de sucesso sofre uma queda gradativa até o último tiro, que tem média de conversão de apenas 52% quando o erro pode significar a derrota da equipe. Quando o acerto na cobrança de pênalti pode definir uma disputa de penalidades a favor do time que está chutando, porém, o índice de acerto sobe para 93%.

Por isso, os estudiosos resolveram classificar o lado emocional como um fator preponderante para essas situações. Outro ponto abordado pelo estudo foi a crença de que as decisões de pênaltis são como loterias. A falta de controle do jogador sobre a situação pode ter conseqüências desastrosas para seu aproveitamento. "A pior coisa que pode acontecer para o emocional de um atleta é ele pensar que seu erro pode trazer conseqüências desastrosas e que ele não pode fazer nada para impedir isso", concluiu Jordet.

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